Perguntas e respostas
Os idosos estão sujeitos a quedas em atividades do dia a dia principalmente devido diminuição dos reflexos, acuidade visual e alteração da marcha. A osteoporose é o principal fator de risco que os tornam susceptível a fratura.
As fraturas mais comuns são fêmur proximal (quadril), rádio distal (punho), úmero proximal (ombro) e coluna. Das fraturas que acometem o quadril as principais são no colo do fêmur e transtrocantérica.
A maioria das fraturas nos idoso ocorrem dentro de casa, por isso a importância de manter este ambiente seguro, algumas dicas são: remover os tapetes soltos e fios de aparelhos eletrônicos dos locais de passagem, deixar os ambientes da casa mais espaçosos com menos móveis, evitar deixar objetos do uso cotidiano e utensílios de cozinha em armários altos, barras de segurança nas escadas e banheiros, manter os locais bem iluminados, instalação de iluminação nos rodapés, interruptor próximo a cabeceira da cama do quarto para evitar quedas ao levantar de madrugada para ir ao banheiro, pisos e tapetes antiderrapantes e calçados adequados.
Além das dicas de como tornar sua casa um ambiente seguro é importante manter-se fisicamente ativo com a realização de exercícios regulares, e a consulta com o oftalmologista em dia.
A osteoporose é caracterizada pela baixa massa óssea e pela alteração do tecido ósseo, como consequência ocorre fragilidade e maior risco de fraturas. A osteopenia é o estágio anterior a osteoporose, é mais comum e também é acompanhado por um maior risco de fraturas, especialmente em idades mais avançadas.
Há 2 formas de fazer o diagnóstico. A primeira é através do exame de densitometria óssea que deve ser feito em mulheres após os 65 anos e em homens após os 70 anos ou antes disso se fatores de risco estiverem presentes. Os principais fatores de risco para baixa massa óssea são baixo peso, histórico de fraturas, uso crônico de corticoides, presença de doenças como doença renal crônica, doença celíaca, hipertireoidismo e câncer de mama, entre outras. Também é feito o diagnóstico quando ocorrem fraturas por traumas mínimos. A situação mais comum e a queda da própria altura associada a fraturas de antebraço, fêmur ou coluna – nesta situação independente do resultado do exame o paciente tem osteoporose.
O tratamento pode iniciar na fase de osteopenia, com a adequação da ingesta de cálcio e dos níveis de vitamina D. Nos casos de osteoporose ou osteopenias com maior risco de fraturas é necessário associar outras medicações orais ou injetáveis dependendo de cada caso. Algumas das medicações mais utilizadas são: alendronato, risedronato, ácido zoledrônico e denosumabe.
O paciente em tratamento necessita seguimento com seu médico regularmente.
A fratura de colo femoral ocorre normalmente por queda do mesmo nível, em pacientes mais idosos essa fratura compromete o suprimento sanguíneo da cabeça femoral, sendo necessário a substituição por uma prótese. Em paciente mais jovens é possível realizar a fixação da fratura através de parafusos ou placa.
O tratamento da fratura é cirúrgico sendo importante realizar o procedimento de forma precoce a fim de evitar um período prolongado de internamento e diminuir o risco de possíveis complicações.
É caracterizada pela fratura entre os dois trocânter (Maior e menor), normalmente ocorre em pacientes mais idosos do que na fratura do colo femoral. É uma fratura limitante que causa muita dor e incapacidade, sendo necessário a correção cirúrgica. Para a realização do tratamento é utilizado haste cefalomedular ou placa.
O processo de recuperação e alta hospitalar variam principalmente devido às condições clínicas do paciente e grau de funcionalidade prévia a fratura.
O objetivo da cirurgia é melhorar a dor, tirar o paciente da cama, possibilitar uma reabilitação e alta hospitalar precoce, para isso além da técnica cirúrgica é importante o seguimento em conjunto com equipe multidisciplinar.
A maioria das fraturas em pacientes jovens são causadas por trauma de alta energia como acidentes automobilísticos, esses pacientes são encaminhados para hospitais referência em trauma para recebem tratamento multidisciplinar.
Realizado o atendimento primário alguns desses pacientes são diagnosticados com fratura do fêmur, acetábulo e pelve.
O Acetábulo é formado por 3 ossos (Ílio, ísquio e púbis), ele é responsável por receber a carga gerada pelo fêmur quando caminhamos, o diagnóstico preciso e tratamento adequado da fratura é essencial para mantermos uma articulação congruente.
A escolha do melhor tratamento é individualizada, depende da localização da fratura, grau de desvio e cominuição. Pode ser realizado tratamento conservador através da restrição de carga no membro inferior ou em casos mais graves a fixação cirúrgica com objetivo de recuperar a superfície articular e diminuir o risco de evoluir para artrose precoce.
Em fraturas que estão associadas com a luxação do quadril, sua redução precoce é importante para diminuir o risco de osteonecrose.
As fraturas do anel pélvico estão associadas a trauma de alta energia (acidentes automobilísticos, queda de altura) são fraturas graves que podem gerar instabilidade hemodinâmica, muitas vezes necessitando sua fixação provisória na emergência. O tratamento varia conforme a gravidade e estabilidade da fratura.
A síndrome do impacto femoroacetabular ocorre em pacientes jovens e ativos, pode gerar dor em região do quadril, com sinal do ‘’C’’, ou dor na região glútea, principalmente durante atividade física, e com a realização de extremos de movimentos. Durante essas atividades ocorre o choque entre o colo femoral e o rebordo acetabular, gerando dor e podendo levar a lesão do labrum e da cartilagem articular. As alterações do impacto femoroacetabular podem ocorrer no fêmur, com alteração da relação colo-cabeça (impacto tipo CAME) ou no acetábulo (impacto tipo PINCER), sendo mais comum a forma combinada (impacto tipo misto).
O tratamento inicial pode ser realizado com mudança da atividade física, analgésicos, anti-inflamatórios e corticoesteróides. Em casos com alteração grosseira da morfologia do fêmur ou acetábulo, falha no tratamento conservador, pode ser indicado procedimento cirúrgico através da artroscopia. Na qual com pequenos acessos cirúrgicos conseguimos corrigir o impacto, melhorando a morfologia óssea.
Os principais movimentos que levam ao impacto e deve ser evitado são: flexão excessiva do quadril (agachamentos, legpress), flexão e rotação interna (artes marciais, tênis, golfe, ballet) e mudança de direção rápida no esporte (futebol , handebol, basquete).